quarta-feira, março 10, 2010

Cheguei num ponto da minha vida que me parecem mais atraentes os livros que me foram lidos quando ainda era um infante do reino de meus pais. Lembro de dois em especial, e acredito que com a leitura deles aprendo mais sobre... Acho que não saberia dizer o que aprendo com um livro. Nem todo o aprendizado é visível à percepção. O ponto é que eu me sinto mais em paz quando leio aquilo que me foi lido quando ainda não tinha sido me dado o dom da preocupação. Seja no coração do Pato Pilão, nascido do caldeirão mágico do vovô Quintana, ou no sorriso sozinho e só do velho em a Pedra Arde, eu sinto que a fértil imaginação infantil fez dessas histórias partes vivas do meu passado.

No rebolar das suas linhas eu ainda sinto um gostinho daqueles dias. Daqueles momentos que me ficam gravados como um grande evento. Como se tivessem sido lidas para mim apenas uma vez. Como se toda a repetição dessa dança fosse um grande baile, cheio de formas de dançar a mesma dança. Sinto que essas linhas são a música que embalou meus doces dias no Jardim do Éden.