Prefácio de um sorriso
Vi uma gota de chuva abraçada na janela do meu quarto hoje de manhã. Não sei ao certo por que a notei, mas notei. Talvez as longas horas sem dormir tenham feito isso comigo. Provavelmente foram. Mas sei que fiquei olhando aquela gota começar a esboçar seus primeiros brilhos, enquanto o pontual Sol levantava seu inquisitor olho sobre todos os corpos noturnos que renegaram o subconciente e beijaram a noite. No entanto, era exatamente o mesmo brilho que a matava lentamente. E aquela gota desapareceu diante dos meus olhos, deixando apenas um ponto invisível no vidro que meus olhos cuidaram para não perder. Pisquei e não existia mais.
Nesse momento, percebi que a beleza do que vi ou senti poderia desaparecer ou evaporar, mas no exato momento que meu coração desse atenção a isso eu estaria totalmente embriagado por essa beleza, que estaria eternizada em cada gota do que sou.
Uma leve contração da minha boca me lembrou do porquê de não ter dormido.