Fico pensando naqueles que estão em outros mundos.
Não falo daqueles que habitam outros planetas, mas daqueles que andam pelas ruas, comem e bebem seus dias, respiram a fumaça do tempo, e mesmo assim, estão em outros mundos. Falo daqueles que fazem seus ofícios sem pensar no seu chão, no seu céu, apenas umedecem trapos de sonhos com suor.
Fico pensando naqueles que estão em outros mundos.
Àqueles que vivem suas felicidades longe vão meus pensamentos. Àqueles que fazem sem pensar um enorme tear para ser pisado por gerações futuras vai a minha angústia. De olhares perdidos dentro de ônibus ou em uma pressa sem fim pelas ruas, são esses que ocupam a minha atenção.
Fico pensando naqueles que são outros mundos.
Fico pensando naqueles que têm uma vida inteira para sonhar e por fim acordam antes de sorrir. Fico pensando nos mundos esculpidos dentro de horários de almoço, pausas para respirar, como se no meio de uma tempestade fosse permitido um breve momento de emergir à superfície para um desesperado fôlego. Mas o relógio, exemplo de trabalhador perfeito, não pára. E lá se vê mais um a afundar na tempestade para suar seus sonhos.
Fico pensando em quantos Freuds, Michelangelos, da Vincis, Einsteins não se perdem nessa tempestade?
Nenhum comentário:
Postar um comentário