quinta-feira, junho 01, 2006

Ensaio sobre um passeio na rua


Foi um dia como esse que eu vi pela primeira vez o que sempre vejo. Estranho? Sim, mas dificilmente vemos aquilo que vemos. Bom, vou tentar me explicar:

Ver não é ver quando se olha como se aquilo fosse lógico. Eu sei que sempre tem alguém que inventa uma nomenclatura diferente, mas eu quero pensar assim.

Falando nisso, como é difícil pensar livremente. Por exemplo, ir pensando nas coisas que se quer sem dar importância para valores ou normas sociais incrustadas no que somos.

O que somos... Afinal, o que somos? Somos aquilo que não tem como explicar ou definir. Nós somos nós mesmos. E é impossível saber o que se é uma vez que usamos o que somos para fazer essa análise. Eu não posso dizer que sou alto sem saber o que seria ser baixo. Bom, alto eu sei que não sou. Enfim, somos aquilo que somos em todos os jeitos. Somos branco e preto. Sempre. Acho que o que nos faz únicos não é a certeza do que somos, mas a eterna dúvida.

Podemos definir - e o fazemos habilmente - tudo a nossa volta. Mas somente a nossa volta. Enquanto o mundo gira, cada mundo dentro de cada um gira também. Sinceramente, eu não me importo com a rotação do mundo. Não me importo com muitas coisas. Acho que não teria capacidade psíquica para me importar com tudo que é dito que eu deva me importar.

Acho que se eu me importasse essas coisas teriam significado para mim. Só que eu ainda não entendo. Prefiro me importar com o meu próprio mundo. Prefiro achar mais interessante o fato de cada um tem o seu mundo e ele é intransponível a qualquer outra pessoa. Prefiro pensar que não conheço ninguém.

Acho que me perdi nos meus pensamentos...

Quem se importa?

Opa. Cheguei.

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