Triiiiim! Triiiiim! Triiiiim!
- Alô?
- Oi...
- Oi. Quem é?
- Sou eu, Jorge. Eu.
- Ah... Oi.
- Tudo bem?
- Sim, e contigo?
- Tô com saudade.
- A gente já conversou sobre isso, Sandra. Tu sabe o que eu acho...
- Mas o que eu faço com essa saudade?
- Desculpa... Não sei. Ah... Não vamos discutir isso de novo.
- Não quero discutir mesmo...
- Então?
- Só queria ouvir a tua voz.
- Não sei se é a melhor idéia. Não é a melhor idéia. Vai ficar tudo bem.
- Não diz isso! Já cansei de ouvir tu dizer isso sempre!
- Por isso e tantas outras coisinhas que a gente não tá mais junto.
- Verdade. Bem lembrado... Hmmmmm... Que coisa...
- Que foi?
- Eu vi uma coisa... Muito importante.
- O que?
- Eu não te amo.
- (...) Por quê isso agora?
- Como assim?
- Ué?! Sei lá! isso é meio agressivo, não acha?
- Não... Eu vi que não te amo, Jorge. Só isso. Na verdade, nem sei se algum dia te amei.
- Bah, mas não precisa ficar dizendo isso. Sério.
- Eu sei... Desculpa, vai?
- Sei lá... Deixa assim.
- Aham... Bom, Jorge, tô atrasada. Te cuida!
- Tu tamb...
Tuuu. Tuuu. Tuuu.
E ele secretamente nunca parou de pensar nela. Por quê ela foi ligar? Por quê dizer aquilo? Ele tava indo tão bem...
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