Sonhei que me perdia em um grande pomar. Sonhei que andava pelos longos e escuros corredores de maçãs sem saber para onde ir. Andei e zanzei sem ver nada nem ninguém. Era noite. Não. Final de um dia nublado. Tinha um ar parado. O chão era uma mescla de terra e tufos de grama, mas, como em qualquer sonho que se preze, eu não sentia meus pés no chão. Na verdade, não sentia nada. Apenas aquela agonia. Aquela sensação de desamparo.
Foi quando avistei no final de um corredor um gigante caldeirão. Logo em seguida eu já estava ao lado do caldeirão. Meu primo aparecia do meu lado. Eis que surgiu uma grande e feia bruxa com a clara intenção de fazer sopa de garotinhos assustados. Eu corri. Não sei do meu primo. E mesmo correndo, assustado e querendo minha mãe, eu não sentia meus pés no chão.
Eu tinha apenas 5 anos e o que eu me lembro mais nítido desse sonho foi daquilo que eu não tive.
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