Faz quase quatro anos que estou fazendo publicidade, e, finalmente estou me formando. E quando chega essa hora é inevitável pensar no que se vai fazer. Depois de quatro anos (o que é muito para quem tem só 22), surge uma pergunta: será que foi a opção certa?
Desde os meus seis anos de idade até os 17 eu queria ser médico. Meu pai é médico, e eu, por o admirar muito, via nessa profissão o meu caminho para a felicidade e sucesso. Tudo parecia certo, até que surgiram dois problemas: eu teria que fazer as pazes com os livros, o que, na época, era inviável; e ser médico envolve, em primeiro lugar, coisas de médico, o que remete ao primeiro problema, os livros.
Eis que, graças a minha querida e estimada prima Joana, descobri um outro caminho, que se encaixava mais ao meu perfil, um caminho mais descontraído e com bem menos livros.
Felizmente conheci a publicidade, apesar de não ter certeza de que é o meu caminho. Mas penso também que se cada tivesse de fato só um caminho, muitas pessoas felizes e bem sucedidas estariam no caminho errado. Penso assim, se não for esse caminho, fico feliz de ter descoberto isso, por que ao conhecer esse caminho, achei outros onde pode estar o meu.
Mas, depois de quatro anos, descobri um grande problema que eu sempre tive, apesar de não me parecer problema quando o mesmo era enorme, os livros. Essa briga durou por volta de 16 anos, começando a partir do momento que aprendi a ler. Hoje, não é mais uma briga, é mais um estranhamento que vem melhorando cada dia. Pelo incrível que pareça, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) serviu para que acontecesse esse estreitamento na minha relação com esses chumaços de folhas. Ler é incrível. Com um livro, aprendi coisas que talvez demorasse mais uns quatro anos para tomar conhecimento. Parece besteira, mas essa canalização da sede por conhecimento isso que sempre tive foi uma das maiores vitórias que tive na faculdade, se não a maior.
Retomando a questão existencial de todos os formandos, penso em pessoas como Luís Fernando Veríssimo, que antes de ser escritor, era um redator publicitário. E é pensando nisso que vejo que a vida - profissional ou não - está repleta de oportunidade, e que a faculdade que a gente escolhe é apenas um caminho para que se possa entrar em contato com essa gama de oportunidades que nos rodeia.
Para finalizar em grande estilo, lembro do pensamento de Douglas Adam (2005) que "dizia algo, que era mais ou menos assim" (SEIXAS, 1976) as respostas estão a nossa volta, cabe a nós acharmos a pergunta certa.
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