Provavelmente foi deitado na sua cama que ele pensou pela última vez sobre o assunto. Pensou sobre cada ponto de vista que a sua nublada memória podia reproduzir. Nada de novo. Apenas aquele antigo e forte sentimento que o fazia, e o faz perder minutos, até horas, tentando lembrar de alguma coisa perdida.
Contudo, dessa vez foi diferente. Ele lembrou. Foi como se tivesse encontrado a superfície após minutos de apnéia.
Um longo suspiro é emitido na escuridão. Dois olhos brancos permanecem fitando o teto, mesmo que não o veja. Infelizmente, não havia ninguém a volta para compartilhar aquela descoberta.
Talvez ele possa dormir agora. Talvez. Os olhos já não fitam mais o teto. A face esquerda cobre parte do travesseiro. A respiração se torna menos constante. Alguns pensamentos se confudem com a realidade. Enfim, ele dorme.
Agora, no silêncio da noite, não há mais memória, nem medo; não há mais lembranças perdidas, nem sentimentos incertos; só há sonhos, pois a casa de todos os anjos e demônios é a imaginação que se solta no escuro da noite.
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