Ele nunca entendeu direito o que significava aquela história da galinha e do ovo. Era tudo tão banal. Para ele não importava quem tinha vindo primeiro, que diferença fazia isso? Qual a moral dessa pergunta? Ela tem resposta? Essas eram as perguntas que ele não tinha resposta. Dia e noite ele pensava, pensava e nada de chegar a uma conclusão.
Apesar de achar irrelevante tal questionamento, ele o respeitava, pois diziam que era filosofia oriental. Ele sabia que só podia ser coisa de algum velho de olho puxado que fuma um cachimbo longo e fino.
Fez pesquisas. Desenvolveu teses em sua cabeça que cada vez mais fica cheia de perguntas. Até leu em um livro que não existe evolução hereditária em animais formados, apenas nos em formação, então tinha que ter sido o ovo. Só podia ser o ovo. Mas pq ainda se perguntavam isso? Por que era legal? Cult?
Ele chegou a uma conclusão de que isso era mais uma pergunta com resposta que se mantinha devido ao vínculo com a tão famosa e respeitada filosofia oriental, e, com certeza, aquele velho que fuma cachimbo fez uma pergunta incrivelmente filosófica, mas foi só para a sua época? Conclui que muitas das perguntas que são feitas tem resposta, que muitos sonhos são reais e que a verdade é mascarada de realidade pelos olhos humanos.
Mas não foi essa conclusão que lhe fez sentar e tomar um café sozinho. Foi o fato de que ele passou anos se questionando sobre o ovo e galinha, e chegou a uma resposta teórica que podia ter chegado nos primeiro instantes em que começou a pensar sobre o assunto. Uma pergunta simples fez dele alguém mais crítico, mais sábio e mais ignorante ao mesmo tempo. Será que era viável se perguntar pensando em achar uma resposta, ou seria mais sensato se perguntar pensando que pode não haver uma só resposta, que nem tudo é teórico?
Após uma pausa, ele pensou mais. E mais. E outra pergunta lhe ocorreu: vi que a resposta nem sempre é a conclusão, mas o caminho. Então, o que veio primeiro: a luz ou a iluminação?
E ele se sentou de novo e pensou, pensou e ainda pensa.
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